Arte Letal: A chocante verdade sobre os pigmentos tóxicos usados na Mona Lisa

Adriano Camargo
Adriano Camargo

Um estudo recente revelou que Leonardo da Vinci pode ter experimentado pigmentos tóxicos, incluindo a plumbonacrita, enquanto pintava a Mona Lisa. A presença desse composto, anteriormente não detectado em pinturas renascentistas italianas, sugere que o grande mestre poderia ter sido um pioneiro dessa técnica.

O estudo, publicado no Journal of the American Chemical Society, destaca o constante experimentalismo de Leonardo com materiais artísticos, especialmente com relação às camadas de base aplicadas entre a superfície do painel de madeira e as camadas de tinta.

Com menos de 20 de suas pinturas sobreviventes, a preservação e o estudo dos materiais usados pelo mestre são fundamentais para conservacionistas e estudiosos.

Com o auxílio de muita tecnologia, como a difração de raios X e a espectroscopia de infravermelho, analisando uma pequena microamostra retirada de um canto escondido da pintura em 2007, os pesquisadores analisaram a camada de base da Mona Lisa e encontraram plumbonacrita, juntamente com óxido de chumbo e óleo.

Isso sugere que Leonardo utilizou esse pigmento para acelerar o processo de secagem das tintas. O estudo também observou grãos de plumbonacrita em camadas de base da obra "A Última Ceia" - ele usou uma camada de base branca de chumbo à base de óleo em vez da técnica tradicional de afresco.

Ultima Ceia pintura com Papa
Local da pintura "Ultima Ceia", de Leonardo da Vinci (Imagem: Divulgação)

Embora a plumbonacrita seja instável em condições alcalinas, os pesquisadores concluíram que sua presença nas obras de da Vinci não era intencional, mas provavelmente resultado das condições alcalinas do ambiente. Da Vinci, conhecido por sua incessante busca pelas melhores técnicas de pintura, frequentemente experimentava com materiais não tradicionais em suas obras.

Os autores planejam realizar mais experimentos para entender melhor a interação entre óleo, óxido de chumbo e pigmento branco de chumbo, na esperança de identificar as reações químicas subjacentes que produziram fases minerais à base de chumbo, como a plumbonacrita.

Este estudo lança luz sobre a mente criativa e inovadora de Leonardo da Vinci, que explorou constantemente novos horizontes em sua busca pela excelência artística, com toda tecnologia existente na época.

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Adriano Camargo
Adriano Camargo
Jornalista especializado em tecnologia há cerca de 20 anos, escreve textos, matérias, artigos, colunas e reviews e tem experiência na cobertura de alguns dos maiores eventos de tech do mundo, como BGS, CES, Computex, E3 e IFA.
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