Um vídeo publicado no site Apple Machine Learning Research em junho do ano passado revelou detalhes sobre um protótipo de robô doméstico em desenvolvimento pela gigante de Cupertino. O dispositivo, que lembra uma luminária de mesa com braços articulados, foi projetado para interagir com humanos de forma expressiva, combinando movimentos dinâmicos, assistente de voz semelhante à Siri e até um projetor integrado.
O projeto, liderado pelos pesquisadores Yuhan Hu, Peide Huang e outros, busca explorar como características humanizadas aumentam o engajamento com tecnologias domésticas.
De acordo com o Bloomberg, a Apple planeja lançar este robô doméstico até 2026, com preço estimado em US$ 1 mil (cerca de R$ 5,8 mil em conversão direta). Apesar de a empresa não confirmar oficialmente o produto, relatórios de Mark Gurman indicam que o dispositivo funcionaria como centro de controle para smart home, assistente pessoal e câmera para chamadas do FaceTime.
O protótipo da luminária, porém, não possui tela, levantando dúvidas sobre como integraria todas essas funções. Especialistas sugerem que o projetor mostrado no vídeo poderia exibir informações em superfícies, como previsão do tempo ou lembretes.
O experimento divulgado pela Apple compara duas versões do robô: uma "expressiva" e outra "funcional". Enquanto a primeira dança ao som de músicas, inclina a "cabeça" ao ser rejeitada e ajusta a iluminação conforme os movimentos do usuário, a segunda só se move quando necessário.
O resultado, segundo o estudo, mostrou que a versão com personalidade foi considerada 40% mais útil e envolvente por participantes. A pesquisa reforça tendências apontadas pelo MIT Technology Review, que destaca a humanização de robôs como estratégia para aumentar a aceitação em residências.
Design conhecido
A inspiração no estilo visual da Pixar — empresa cofundada por Steve Jobs — não é mera coincidência. Analistas lembram que a Apple historicamente investe em design emocional, como visto no assistente virtual Siri e no HomePod. A luminária robótica, porém, vai além: sensores de câmera e voz permitem que ela reconheça gestos, responda a comandos e até simule emoções básicas. O projeto sinaliza uma aposta da Apple em substituir smart speakers por dispositivos mais interativos, numa disputa acirrada com Amazon (Astro) e Google (Nest Hub).
Porém, apesar do entusiasmo, algumas questões práticas persistem. Um relatório alerta que robôs domésticos ainda enfrentam desafios como privacidade de dados, consumo de energia e custo elevado. A possível integração com a Siri também preocupa: em 2023, a Apple foi criticada por limitações do assistente em comparação a concorrentes como Alexa e Google Assistant.
Além disso, a ausência de tela no protótipo contrasta com rumores anteriores sobre um "HomeScreenPod", smart display que a empresa supostamente desenvolve em paralelo.
Enquanto isso, o vídeo da luminária robótica já acumula mais de 2 milhões de visualizações, com reações mistas. Para entusiastas, o projeto é um vislumbre do futuro da automação residencial. Já críticos questionam se um dispositivo com preço equivalente a mais de R$ 5 mil encontrará mercado fora de nichos.
A Apple segue em silêncio, mas o registro da pesquisa em seu portal oficial indica que a empresa leva a ideia a sério — e pode estar mais perto de reinventar o conceito de smart home.
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Com informações do The Verge.
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