Anomalia magnética no Brasil se expande e preocupa cientistas de todo o mundo

 William Schendes
William Schendes

A Anomalia do Atlântico Sul (AMAS), localizada sobre o Brasil, se tornou uma preocupação para cientistas de todo o mundo, conforme divulgado pelo jornal O Globo.

Em um relatório divulgado neste ano pela Agência Nacional de Inteligência Geoespacial dos Estados Unidos (NGA) e pelo Centro Geográfico de Defesa do Reino Unido (DGC), os especialistas afirmam que a anomalia está se expandindo.

O campo magnético da Terra serve como um escudo ao redor do planeta, repelindo partículas do Sol, incluindo radiação cósmica e ventos solares. No entanto, presente na América do Sul e no sul do Oceano Atlântico, a AMAS é considerada uma região enfraquecida que deixa o planeta mais vulnerável às partículas solares.

Anomalia Brasil
Região em azul representa a área coberta pela AMAS. (Imagem: Agência Espacial Europeia)

O grande problema é que esta anomalia está crescendo, de acordo com dados do relatório recente publicado pelo governo dos Estados Unidos. Além disso, a AMAS está se aproximando de uma área do campo magnético da Terra onde é “mais provável ocorrer danos por radiação”, explicam os autores do relatório.

Entre 1970 e 2020, a Agência Espacial Europeia (ESA) já havia notado um crescimento significativo da AMAS. De acordo com os cientistas, o campo magnético da Terra perdeu 9% de sua força em 200 anos, sendo que o maior impacto foi identificado na região da anomalia.

De acordo com o relatório recente, a AMAS aumentou aproximadamente 7% entre 2020 e 2024.

Apesar de o enfraquecimento não representar riscos para a saúde dos humanos, a anomalia pode causar “danos de radiação em satélites e problemas de propagação de rádio”.

Como explicou Marcel Nogueira, doutor em Física e pesquisador do Observatório Nacional, à Agência Brasil, a AMAS preocupa especialmente as agências espaciais. Isso porque os satélites que passam pela região da anomalia têm que “desligar momentaneamente alguns componentes” para evitar danos aos equipamentos.

A NASA afirma que a radiação da região da AMAS pode “derrubar computadores a bordo e interferir na coleta de dados” de satélites que passam por ela.

Dessa forma, tecnologias que dependem de comunicação via satélite (como serviços de internet, por exemplo) podem ser prejudicadas pela anomalia.

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 William Schendes
William Schendes
Jornalista em formação pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Escreve sobre tecnologia, games e ciência desde 2022. Tem experiência com hard news, mas também produziu artigos, reportagens, reviews e tutoriais.
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