A Amazon confirmou que o Prime Video terá um plano com anúncios no Brasil a partir de 2 de abril, seguindo os passos de rivais como Netflix e Disney+.
A mudança divide opiniões: enquanto o preço atual dos pacotes (R$ 19,90 por mês ou R$ 166,80 por ano) se mantêm, usuários que desejarem remover os comerciais pagarão R$ 10 a mais mensais. A empresa justifica a decisão como forma de "investir em mais conteúdo".
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Propagandas entre episódios e séries
De acordo com as informações divulgadas, os anúncios serão exibidos durante a reprodução de filmes e séries — diferentemente dos comerciais puláveis já presentes no início de alguns títulos. A versão sem propagandas, chamada de Premium, estará disponível no mesmo dia da implementação das mudanças. Especialistas apontam, porém, que o valor extra pode pesar no bolso: o aumento representa 50% sobre o preço atual para quem optar pelo plano ad-free.
A estratégia reflete uma tendência global. Dados mostram que 72% das plataformas de streaming já oferecem opções com anúncios, visando atrair usuários sensíveis a preços. No Brasil, a Netflix lidera o segmento com 40% do mercado, seguida pelo HBO Max (18%) e Prime Video (15%), segundo a Statista. Essa medida da Amazon busca equilibrar receita e retenção de assinantes em um cenário de saturação do mercado.
Muitas reclamações
Apesar do discurso de "investimento em conteúdo", críticos questionam a transparência. Em fóruns como o Reddit, usuários reclamam que o Prime Video já inclui benefícios limitados em comparação a concorrentes, como catálogos menores em lançamentos. Um relatório de março revelou que apenas 23% dos títulos mais assistidos no Brasil são exclusivos da plataforma. A mudança, portanto, pode não ser suficiente para frear migrações.
Vale destacar que o Amazon Prime seguirá com outros benefícios, como entregas grátis em compras na plataforma e acesso ao Prime Gaming. Contudo, para assinantes focados apenas em streaming, o custo adicional pode ser um empecilho. Projeções indicam que 35% dos usuários de serviços com anúncios consideram migrar para plataformas piratas se os valores subirem — um risco que a Amazon precisará gerenciar.
Enquanto isso, a Disney+ prepara seu próprio plano com anúncios no país, previsto para maio. O movimento sinaliza que a era do streaming "livre de comerciais" está com os dias contados. Para o consumidor, a cobrança extra por uma experiência sem interrupções se tornará, cada vez mais, um novo normal — resta saber até quando os preços se manterão estáveis.
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