Acordo entre Apple e Google pode ser encerrado; saiba o motivo

 William Schendes
William Schendes

Nessa semana, o juiz distrital de Washington, DC, nos Estados Unidos, Amit Mehta, definiu que o Google violou a lei antitruste do país e opera um monopólio ilegal com seu mecanismo de busca.

Para evitar ser processado por autoridades regulatórias dos EUA, o Google pode decidir encerrar sua parceria lucrativa com a Apple, que torna o mecanismo de pesquisa da big tech padrão em iPhones e iPads, conforme relata um relatório da Reuters.

A publicação cita analistas de Wall Street, que relatam que a rescisão do acordo com a Apple pode ser uma solução para a gigante das buscas evitar ações antitruste.

Acordo entre Google e Apple pode ser afetado
(Imagem: Brett Jordan/ Unsplash)

A parceria entre as empresas tem mais de uma década, mas somente em 2016 é que as empresas firmaram um contrato envolvendo pagamento. Analistas da consultoria Morgan Stanley estimam que o Google paga US$ 20 bilhões anualmente para se manter como o mecanismo de busca padrão do Safari, equivalente a cerca de 36% dos lucros da big tech com publicidade.

Atualmente, o acordo entre as empresas tem duração até setembro de 2026 e pode ser estendido por até mais dois anos, conforme informações de documentos de um caso antitruste de maio deste ano.

O juiz que definiu o negócio do Google como monopólio sustenta que acordos como esse com a Apple impedem a concorrência.

Se o caso de fato atrapalhar o acordo entre Apple e Google, as empresas podem buscar parcerias alternativas, como observaram analistas da JPMorgan. Uma das possibilidades é um novo acordo de compartilhamento de receita em que a Apple não conceda direitos exclusivos ao Google como mecanismo de busca padrão.

Outra possibilidade para a Apple seria buscar uma parceria com outra empresa dona de uma solução de busca, como a Microsoft, responsável pelo Bing. No entanto, a fabricante de iPhones não parece estar interessada nesse negócio.

Recentemente, o vice-presidente sênior de serviços da Apple, Eddy Cue, disse que a Microsoft já ofereceu o Bing gratuitamente, mas a empresa descartou.

“Não acredito que haja um preço no mundo que a Microsoft poderia nos oferecer. Eles se ofereceram para nos dar o Bing de graça. Eles poderiam nos dar a empresa inteira.”

- Eddy Cue, vice-presidente sênior de serviços da Apple.

Por fim, analistas também indicam que a decisão do tribunal norte-americano irá acelerar o desenvolvimento de um serviço de busca alimentado por IA pela Apple. Vale lembrar que durante a WWDC foi anunciada uma parceria com a OpenAI para trazer o ChatGPT para os dispositivos móveis da big tech de Cupertino. Além disso, a OpenAI anunciou recentemente seu próprio mecanismo de busca por IA, o SearchGPT.

Com informações de Reuters, Business Insider e Financial Times.

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 William Schendes
William Schendes
Jornalista em formação pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Escreve sobre tecnologia, games e ciência desde 2022. Tem experiência com hard news, mas também produziu artigos, reportagens, reviews e tutoriais.
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