Acesso gratuito a WhatsApp e redes sociais pode acabar no Brasil (e a culpa é do 5G!)

Sabryna Esmeraldo
Sabryna Esmeraldo

As operadoras telefônicas estão discutindo se devem manter ou não os planos de internet com acesso gratuito a WhatsApp, Instagram e X (antigo Twitter). A informação foi revelada pelo presidente da Telefônica Brasil (proprietária da operadora Vivo), Christian Gebara, em uma coletiva de imprensa.

Com os aplicativos dessas plataformas sem ter consumo direto da franquia, os chamados pacotes “zero rating” foram lançados como estratégia para atrair clientes. Mas o modelo de oferta pode já não ser vantajoso para as operadoras por um motivo: a expansão do sinal 5G.

Por que o 5G pode interferir na gratuidade desses aplicativos

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Pacotes de operadoras que oferecem redes sociais gratuitas podem acabar (Imagem: Shutterstock / Antlii)

Atualmente, a rede 5G está presente em 2.024 cidades brasileiras. E segundo dados do Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência na faixa de 3.625 a 3.700 MHz (Gaispi), até junho de 2024, o sinal 5G seja implementado em outras 3.623 cidades do País.

A expansão do 5G, contudo, traz maiores custos para as operações de aplicativos como WhatsApp, Instagram e X, agora que exigem uma maior quantidade de dados. Não à toa, alguns países da Europa e a Índia já deixaram para trás a oferta de planos com acesso ilimitado a essas plataformas.

Em julho deste ano, executivos de algumas das principais operadoras do Brasil já haviam afirmado que o formato de Zero Rating estava trazendo problemas para as empresas do setor, conforme declaração divulgada no portal Minha Operadora.

Além disso, esse tipo de pacote pode violar o princípio de neutralidade da rede que o Marco Civil da Internet determina, uma vez que ele estimula a preferência dos clientes por empresas que ofereçam os serviços gratuitos.

Na recente coletiva de imprensa, o presidente da Telefônica reforçou:

“As empresas de telecom, mundialmente, não conseguem suportar esse crescimento acelerado com investimentos que deem retorno para os nossos acionistas.”

Além disso, conforme destacou Gebara, as operadoras também precisam usar seus recursos financeiros para reforçar a infraestrutura nacional e garantir o acesso à internet para regiões ainda fora da área de cobertura.

Em outros países que já acabaram com os pacotes Zero Rating, algumas operadoras buscam disponibilizar opções com franquias de dados maiores como diferencial. No Brasil, as operadoras pensam na possibilidade de as grandes empresas de tecnologia assumirem os custos.

Segundo Gebara, o tráfego de redes cresce num ritmo de 20% a 30% globalmente. Neste contexto, seis a sete empresas de tecnologia controlam a maior parcela do fluxo. Logo, poderia fazer sentido elas arcarem com os custos da gratuidade desses apps.

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Sabryna Esmeraldo
Sabryna Esmeraldo
Sabryna trabalha com comunicação há mais de dez anos e especializou-se a produzir conteúdos e tutoriais sobre aplicações e tecnologia. Consumidora ávida de streamings e redes sociais, adora descobrir as novidades deste mundo.
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