25 anos de GeForce: Veja como a primeira GPU definiu os jogos e a IA

Adriano Camargo
Adriano Camargo

Em 1999, a NVIDIA lançou a GeForce 256, considerada a primeira GPU (Unidade de Processamento Gráfico) do mundo. O lançamento, que inicialmente chamou a atenção apenas dos entusiastas de tecnologia e gamers hardcore, estabeleceu as bases para avanços significativos tanto nos jogos quanto no campo da inteligência artificial (IA).

Ao longo dos últimos 25 anos, essa GeForce 256 ajudou a transformar a forma como interagimos com jogos e abriu portas para o desenvolvimento de tecnologias essenciais na IA.

GeForce 256 capa
Como tudo começou (Imagem: NVIDIA)

A GeForce 256 introduziu a funcionalidade de transformação e iluminação (T&L) diretamente no hardware, liberando a carga da CPU e melhorando significativamente o desempenho gráfico. Com isso, desenvolvedores de jogos puderam criar cenários com mais polígonos e gráficos mais detalhados. A placa foi muito elogiada pelos sites e especialistas, que destacaram sua capacidade de evitar que o pipeline 3D fosse interrompido, resultando em detalhes visuais muito mais ricos nos jogos.

O impacto dessa tecnologia foi sentido de imediato em jogos como "Quake III Arena" e "Unreal Tournament", que apresentavam reflexos mais realistas e gráficos aprimorados, proporcionando aos jogadores uma experiência imersiva e de alta qualidade. Esse salto visual pavimentou o caminho para futuras inovações nos jogos e ajudou a estabelecer as GPUs como uma peça-chave não apenas para os gamers, mas também para criadores de conteúdo e profissionais de diversas áreas.

Conforme a complexidade dos jogos aumentava, as GPUs continuaram a evoluir, permitindo avanços em texturas, iluminação e taxa de quadros. Esse desenvolvimento colaborou para o crescimento do cenário de eSports, com competições como o "The International" de "Dota 2" e o Campeonato Mundial de "League of Legends", atraindo milhões de espectadores e consolidando os esportes eletrônicos como um fenômeno global.

Campeonato mundial LOL
Campeonato mundial de League of Legends (Imagem: Divulgação)

Começou nos games, chegou na IA

No entanto, o impacto das GPUs foi além dos jogos. A arquitetura paralela das GPUs, que inicialmente servia para aprimorar os gráficos, atraiu a atenção de pesquisadores em IA. Em 2011, cientistas começaram a utilizar GPUs da NVIDIA para desenvolver modelos de aprendizado profundo (Deep Learning), o que resultou em avanços revolucionários na área.

Em 2012, um marco foi alcançado quando Alex Krizhevsky, da Universidade de Toronto, usou GPUs da NVIDIA para vencer a competição de reconhecimento de imagem ImageNet com a rede neural AlexNet. Isso marcou uma virada no campo da IA, com GPUs se tornando fundamentais para o processamento de redes neurais profundas.

A marca continuou a expandir o uso de suas GPUs em IA, culminando em inovações como a GeForce RTX (Série 20), lançada em 2018, que trouxe suporte a tecnologia de ray tracing em tempo real e aprimoramentos no desempenho dos jogos por meio do deep learning. Essas inovações tornaram-se essenciais para a criação de jogos com gráficos cinematográficos e para o desenvolvimento de IA generativa, como o ChatGPT, lançado em 2022.

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Evolução das placas de vídeo segue até hoje (Imagem: NVIDIA)

Hoje, as GPUs são peças fundamentais não apenas no mundo dos jogos, mas também na construção da próxima geração de IA, moldando tanto a computação pessoal quanto grandes indústrias globais que dependem dessa tecnologia para inovar.

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Adriano Camargo
Adriano Camargo
Jornalista especializado em tecnologia há cerca de 20 anos, escreve textos, matérias, artigos, colunas e reviews e tem experiência na cobertura de alguns dos maiores eventos de tech do mundo, como BGS, CES, Computex, E3 e IFA.
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